Três jornalistas, dois médicos veteranos e o diretor
de um hospital regional que estariam em cativeiro de difícil
acesso em pequeno vilarejo do país, porém, eles foram encontrados mortos nesta quinta-feira
(18/09).
São seis profissionais de saúde que
trabalhavam em uma campanha de conscientização sobre a EPIDEMIA
DE EBOLA em GUINÉ-CONACRI,
anunciaram autoridades do país, segundo a BBC.
Na equipe, estavam três jornalistas, dois médicos veteranos e o diretor de um
hospital regional que estavam desaparecidos nos arredores da aldeia de WOMEY,
situada em uma região florestal, desde terça-feira (16/09).
Um dos principais países assolados
pelo ebola, a GUINÉ
chega ao nono mês de surto sem conseguir obter êxito no controle. Em muitos casos,
os habitantes desconfiam das ações de médicos e dos centros de saúde ao lidar
com a epidemia.
“A região florestal do sudeste da GUINÉ
é uma zona que historicamente tem uma relação difícil com a capital (CONACRI) e
as autoridades centrais”, explicou em abril a OPERA
MUNDI o VICE-DIRETOR DE OPERAÇÕES
da organização MSF (MÉDICOS SEM FRONTEIRAS),
MARIANO
LUGLI.
Somado a isso, LUGLI
aponta que a tarefa de “comunicação” e de “sensibilização”
dos habitantes torna-se mais desafiadora na medida em que eles têm uma “antropologia
medicinal” própria para lidar com doenças. “Há
uma forte medicina local tradicional e uma dinâmica cultural que não é fácil de
compreender para conseguir passar nossas mensagens de modo rápido e
eficiente", argumenta.
No entanto, o VICE-DIRETOR
relata que o problema de aceitação pela comunidade não é apenas na GUINÉ
e que o exercício da compreensão da doença em diferentes culturas é uma tarefa
fundamental do profissional da saúde. “Efetivamente, tivemos um problema
semelhante em ANGOLA de 2007, quando houve um surto de uma febre hemorrágica
semelhante ao Ebola. É algo que conhecemos, mas não é fácil quando a doença não
é conhecida pela população”, conta.
“Infelizmente, há pacientes que
estiveram em contato com vítimas, então, temos que dar entrada no centro de
internação para supervisioná-los mesmo quando entram com uma boa saúde.
Contudo, eles acabam morrendo lá, o que agrava a desconfiança”,
acrescenta.
Nesta quinta, a OMS
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE) anunciou que o surto
de EBOLA
no continente africano já matou mais de 2.600 pessoas
e que 700
novos casos foram descobertos nesta última semana, elevando
para 5.300
o número de infectados pelo vírus.
Patrícia
Dichtchekenian | São Paulo - 18/09/2014 - 18h20
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