quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

NOSSA MENSAGEM DE FIM DE ANO.


Há muitos anos atrás, e, coloca tempo nisso, quando a aventura fazia parte de nossa essência, com uma mochila às costas, e, a cabeça cheia de ideias e sonhos, encontrava na “VÉSPERA DE NATAL” em ROMA, na ITALIA; e, por estar viajando a muitos dias solo, já que esse era o objetivo daquela nossa primeira visita ao continente europeu, em busca do conhecimento, também, de nosso interior, estando em contato com pessoas e culturas diferentes.

Naquela viagem, na antevéspera da noite de NATAL, por nada ter que fazer no período noturno optamos por ir a um concerto natalino, apresentado por um “CORAL” na BASÍLICA DE LATRÃO, a qual, seria o correlato à sede da paroquia da capital italiana. Descobrimos esse concerto quando visitamos o local durante o dia, e, à noite ali retornamos. As canções natalinas sempre nos toca de maneira mais sutil e sensível possível, e, isso é algo que sempre trazemos desde a infância.

A canção natalina que mais nos toca é NOITE FELIZ, naquela apresentação na BASÍLICA DE SÃO LATRÃO, num momento em que encontrávamos solitariamente em viagem há meses, ouvindo-a, pude sentir a beleza da criação humana, e, o quanto somos frutos de tudo que nos cerca. Essa canção, também, veio ao lume de pessoas que tiveram uma jornada existencial marcada por dificuldades, mas com um poder de criação incrível.

Na véspera de NATAL DE 1818 na pequena cidade de OBERNDORF BEI SALZBURG, na Áustria, foi cantado publicamente um dos hinos natalinos mais conhecidos no mundo: “STILLE NACHT, HEILIGE NACHT” (“Noite quieta, Noite Santa”), que no BRASIL ficou mais conhecida como “NOITE FELIZ”.

Na tarde daquele dia, o padre JOSEPH MOHR (1792-1848) tinha um problema: o órgão da IGREJA DE SÃO NICOLAU estava quebrado. Foi, então, que MOHR chamou seu amigo FRANZ XAVER GRUBER (1787-1863), organista e regente da igreja para tentar resolver o problema.

Após uma visita a uma família, o Padre JOSEPH voltou contemplando a gelada paisagem rural austríaca com neve cobrindo as ruas. Ao chegar a casa, começou a compor os versos de "NOITE FELIZ". Como o órgão não foi consertado a tempo, JOSEPH entregou a letra a GRUBER para que ele a musicasse com o seu violão, o que ele fez em apenas algumas horas. Após algum tempo, FRANZ disse-lhe: "Este hino canta por si mesmo. As suas palavras tornam-se uma linda melodia".

À noite, os dois apresentaram o novo hino na IGREJA DE SÃO NICOLAU, acompanhados por um violão. Isso foi há quase duzentos anos. Mas, o hino só ganharia maior popularidade quando foi apresentada em uma festa em LEIPZIG, ALEMANHA, terra de um dos maiores compositores de todos os tempos, JOHN SEBASTIAN BACH.

Para quem tem fé achamos que não só a “LETRA” dessa canção, bem como a “MUSICA” composta para seu arranjo nos leva a grandes reflexões, pois, entendemos que ela faz nascer, no coração dos humildes e despretensiosos, somente coisas boas, como frutos de graça, perfeição e beleza que os gênios naturalmente mais dotados do mundo jamais conseguem superar.

Há músicas que tem uma natureza celeste, já dizia ARISTÓTELES, uma natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição. Para muitos o NATAL é um regabofe (festa com muita comilança), para nós um momento de reflexão, e, desde aquele concerto em ROMA, nos comprometemos por ocasião do NATAL a se compenetrar conosco mesmo.

Procuramos sempre aproveitar a noite natalina para momentos de reflexões, e, sempre que possível, quando a natureza permite, sob o brilho das estrelas, em lugares donde a grandeza universal só nos apresenta quando jogamos nosso olhar ao infinito sob o brilho de inúmeros astros, momento esse em que a “visão” e o “pensamento” nos conduzem a nossa própria insignificância diante de algo que nossa imaginação sempre quer atingir.

2016 foi um ano muito duro para nós, cheio de muitos desafios, e, de muitas realizações; mas, também, de muitas ansiedades, as quais, sempre são os resultados daquilo que não conseguimos atingir. Acreditamos que o próximo ano, da mesma forma, virá com desafios maiores, para os quais, queremos estar preparados; e, acreditamos poder estar fortes e resolutos diante deles. Nunca esperamos somente contemplação, mais muito ESFORÇO e CRENÇA para continuarmos de pé e firmes.

Quando chegamos a um patamar da existência, já na idade madura, sempre pensamos o que será de nós no ano vindouro na mesma época, se estaremos aqui, e, ou, indo de encontro ao infinito, quem sabe das estrelas, que tanto nos causa espécie: SOB A FORMA DE UMA ESSÊNCIA ESPIRITUAL EM BUSCA DO CONCEITO DA ETERNIDADE.

Infelizmente nossa civilização desenvolveu mais materialmente do que espiritualmente, e, O DESEQUILÍBRIO É VISÍVEL EM TUDO, para isso precisamos entender que além da necessidade de viver precisamos também “CRIAR” e “HARMONIZAR”, pois, somente a esperança renascida novamente, para paz, para entendimento, e para benevolência dos homens exercerá sobre nós um poder renovador.

Reflitam sobre isso nesses dias de seus festejos natalinos e de passagem de ano, queremos que todos renasçam e se revigorem para os desafios, porém, principalmente para a HARMONIA entre todos; porque podemos, sempre que assim o quisermos encontraremos retiro em nós mesmos.

Saudações do amigo,
 
WIL COSTA E SILVA.
 

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