Antônio
Carlos Gomes (Campinas, 11 de julho de 1836 - Belém, 16 de setembro de 1896)
foi o mais importante compositor
de ópera brasileiro.
Destacou-se pelo estilo romântico,
com o qual obteve carreira de destaque na EUROPA.
Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no TEATRO
ALLA SCALA.
Agraciado
por mérito, CARLOS GOMES,
pelo então Imperador DOM
PEDRO II,
foi agraciado com uma bolsa de estudos e foi estudar na EUROPA,
tudo a expensas da ÓPERA LÍRICA NACIONAL,
conforme contrato com então GOVERNO IMPERIAL.
A
saudade de sua querida CAMPINAS
e de seu velho pai atormentava lhe o coração. Pensando também na sua amada AMBROSINA,
com quem namorava; ela moça da família Correia do Lago,
CARLOS
GOMES escreveu essa joia que se chama “QUEM SABE?”,
de uma poesia de BITTENCOURT SAMPAIO,
cujos versos "Tão longe, de mim
distante…",
ainda são cantados pela nossa geração.
No
entanto, apesar dessa paixão inspiradora para composição
da canção citada, na ITÁLIA,
Carlos
Gomes casou-se com ADELINA PÉRI,
que devotou toda sua vida ao maestro. Desse consórcio, nasceram cinco filhos,
muito amados pelo compositor. Todavia, um
a um foram morrendo em tenra idade, tendo restado
somente ÍTALA GOMES VAZ DE CARVALHO,
que escreveu um livro, em que honrou a memória do seu glorioso pai.
É
o autor da ópera “O GUARANI”. O
som instrumental dessa opera até hoje, ou seja, há mais de meio século é
reproduzida no programa governamental “A VOZ DO BRASIL”, transmitido por todas as
emissoras de rádio de nosso país a partir da 19:00 horas de segunda
a sexta
feira.
Certa
tarde, em 1867,
passeando pela PRAÇA DO DUOMO,
na cidade de MILÃO,
na ITALIA,
ouviu um garoto apregoando: "Il Guarany! Il Guarany! Storia interessante
dei selvaggi del Brasile!" Tratava-se de uma
péssima tradução do romance de JOSÉ DE ALENCAR,
mas aquilo interessou de súbito o Maestro,
que comprou o folheto e procurou logo SCALVINI,
que também se impressionou pela originalidade da história. E, assim, surgiu “O GUARANI”, que apesar de não ser a sua maior
nem a melhor obra, foi aquela que o imortalizou. A noite de estréia da nova
ópera foi 19
de março
de 1870.
O
mal que o levaria ao túmulo, nessa época, fazia-o sofrer dolorosamente.
Todavia, as desilusões, as decepções, a ingratidão
de seus compatriotas, e, as dores físicas ainda não lhe haviam quebrado a resistência.
Ainda estava à espera de sua nomeação para o cargo de diretor do CONSERVATÓRIO
DE MÚSICA, no BRASIL.
Nesse tempo foi PROCLAMADA A
REPÚBLICA, e seu grande amigo e protetor, DOM
PEDRO II, é exilado, com grande mágoa de CARLOS
GOMES.
Finalmente,
após tanto sofrimento, chegou-lhe um convite. Lauro Sodré, então GOVERNADOR
DO PARÁ, pediu-lhe para organizar e dirigir o Conservatório
daquele Estado.
A
08/04/1895,
em LISBOA,
PORTUGAL,
sofre a primeira intervenção cirúrgica na língua, sem resultados
animadores. Embarca, no vapor ÓBIDOS,
para o BRASIL. De passagem por FUNCHAL,
tem o prazer de reabraçar seu velho amigo ANDRÉ
REBOUÇAS, ali exilado.
Cercado
por autoridades e amigos, com o governador LAURO SODRÉ
à cabeceira, CARLOS GOMES
morreu às 22
horas e 20 minutos de 16 de setembro de 1896. Seu corpo foi embalsamado, fotografado e, em
seguida, exposto à visitação pública, cercado de flores e objetos como
partituras e instrumentos, bem de acordo com a idealizada "morte bela"
do ROMANTISMO.
Descrevendo os cenários da morte, os jornais da época relatavam com solenidade
o acontecimento, destacando o repouso, o sono intérmino, o triunfo silente do
grande artista. Diziam os jornais, o maestro não morrera; antes, cruzara
os umbrais da Fama!
Os
despojos funerários do Maestro
se encontram hoje no magnífico monumento-túmulo, em CAMPINAS,
sua terra natal, na Praça Antônio Pompeu.
A duas quadras dali está o MUSEU CARLOS GOMES,
que reúne objetos e partituras do compositor.
EPÍLOGO.
CARLOS
GOMES faz jus também ao nosso reconhecimento pelo seu
grande espírito de brasilidade, que sempre conservou mesmo no estrangeiro.
Quando da estréia O GUARANI,
em MILÃO,
o famoso tenor italiano VILLANI,
escolhido para o papel de PERI,
criou um problema: ele usava barbas, e recusava-se a raspá-las. CARLOS
GOMES protestou: "Onde se vira índio brasileiro
barbado?";
mas, afinal, tudo se acomodou. O tenor era um dos grandes cartazes da época e
não podia ser dispensado. Assim, acabou cantando, após disfarçar os pelos, com
pomadas e outros ingredientes. A procura de instrumentos indígenas
foi outro tormento para o Maestro.
Em certos trechos de música bárbara e nativa,
eram necessários borés,
tembis,
maracás
ou inúbias.
Andou por toda a ITÁLIA,
mas não os encontrou, e foi preciso mandar fazê-los, sob sua direção, numa afamada
fábrica de órgãos,
em BÉRGAMO.
O GUARANI
(Abertura) - ANTÔNIO CARLOS GOMES
CONCERTO
2010/2 da ORQUESTRA DE
SOPROS E PERCUSSÃO DO CERRADO "CIRANDA
DA ARTE" da Secretaria
de Educação do Estado de Goiás, Realizado no TEATRO
MADRE ESPERANÇA GARRIDO dia 04/11/2010.
"QUEM SABE"
- CARLOS
GOMES – Ney Mato Grosso
NEY MATOGROSSO
é um cantor, diretor, iluminador e ator brasileiro. Ex-integrante dos “SECOS
& MOLHADOS” (1971-1974),
foi o artista que mais se sobressaiu do grupo após iniciar sua carreira “solo”
com o disco “ÁGUA DO CÉU PÁSSARO”
(1975),
e, com suas apresentações subsequentes. É considerado pela revista “ROLLING
STONE” como o 3º
maior cantor brasileiro de todos os tempos e, pela mesma revista, o 31º
maior artista brasileiro de todos os tempos.
Distinguido por sua
rara voz de “contratenor”, NEY MATOGROSSO
também é conhecido por suas performances ao vivo.
"QUEM SABE"
- CARLOS
GOMES - Francisco
Petrônio/Dilermando
Sabemos que uma
grande exibição de FRANCISCO PETRÔNIO
e DILERMANDO
REIS
não deveria surpreender ninguém. Mas... o que nos surpreende, agradavelmente,
foi ouvir "QUEM SABE"
como sempre desejamos - na voz de um cantor popular
(e
que voz e que cantor!). "QUEM SABE"
é uma peça difícil e costuma ser
interpretada por vozes lindas, porém, impostadas, com as vogais
cobertas... Digamos, eruditamente.
PETRÔNIO
canta "QUEM
SABE" com a naturalidade e a beleza
que ela deve ser cantada. Simples assim.
"QUEM SABE"
- CARLOS
GOMES – Adriana Almeida
Esta pronúncia da ADRIANA
ALMEIDA, que canta praticamente como se fala, permite que
se entenda perfeitamente a letra. Muitos
cantores líricos
cantam música
brasileira com uma pronúncia
que lembra o italiano.
É um cacoete que não se justifica. Que se cante
música portuguesa com acento lusitano vá lá (dificilmente
parecerá autêntico, mas passa); música brasileira, entretanto,
cada um deve cantar com o sotaque da sua região, da forma mais natural
possível.
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