AMORTE DE UM MUSICO...
Nessa última ‘QUARTA-FEIRA’, 31/03/2021,
pelas REDES SOCIAIS, ficamos sabendo da passagem de ‘ALONSO’ para o “Plano Espiritual’,
e, o falecimento de alguém sempre é uma triste notícia, principalmente, quando nesses
últimos dias, donde, talvez, não sabemos ao certo, a “COVID-19” ceifa a
existência de muitos de maneira impiedosa.
Não tivemos, como muitos aficionados
do ‘MUNDO MUSICAL’ a oportunidade de ter convivido com ele em termos artísticos;
mas, por algum tempo, ter tido uma vivência, ainda que ‘momentânea’ com o mesmo
como ser humano, claro, de vez ou outra, como grande amigo do ‘CANTANTE’ e ‘TOCADOR
DE VIOLÃO’.
Em meados dos anos oitenta
(l980), era professor de música em PERDIZES, e, como erámos vizinhos, e,
também, trabalhava naquela cidade, ia no meu ‘fusquinha’, e, ele, de ‘carona’
ia conosco. Ora, éramos amigos há muito tempo, e, além do mais, ‘vizinhos’, pois,
morávamos à época na Rua Rio Branco (ainda continuamos aqui), e, ele, a duas
quadras depois de minha casa.
Claro, as viagens de ‘ida’ e ‘volta’,
muita ‘abobrinha’ (quem quer coisa seria depois de um dia de trabalho?!); e, obviamente,
‘MUSICA’, também, era assunto, pois, não é todos os dias que tens como ‘caronista’
um músico. Tínhamos impressões mais ou menos iguais, e, à época amigos músicos locais
como ‘convivente’ comuns; e, ‘de quando em vez’, uma figura mítica de ARAXÁ, o
grande tocador de violão (claro, cantor também), ‘LOBO’, vinha à tona, o assunto
era o mesmo.
Falávamos de ‘LOBO’, e, brincava
com o mesmo acerca da música que havia elegido em homenagem ao mesmo, diria
como ‘TRILHA SONORA’ (todos temos uma), já que por várias vezes, não só nossa pessoa,
como o próprio ALONSO, tinha assistido e ouvido o mesmo dedilhado ao violão:
“POIS É, PRA
QUÊ?” (Composição: Sidney Miller/1968) - Intérprete: MPB4 (link e letra
abaixo).
Essa canção, quando nos víamos,
e, ele estava com o violão à mão, sempre pedia para cantar, e, o mesmo nunca
negava, pois, acredito, que tanto a nós, quanto a ele trazia a muita ‘NOSTALGIA’,
deixava na alma de um grande ‘cantante’ e ‘interprete’ uma impressão
significante, para não dizer uma ‘SAUDADE’, como estamos nos sentindo agora ao
escrever esse texto.
Ao longo desses últimos anos,
agente sempre se ‘encontrava’ pela cidade, e, cada um, à sua maneira ia tocando
a vida, como um musico interpreta uma ‘canção’; e, hoje, ao sabermos de sua ‘morte’,
num momento que encontrávamos ‘acuado’ pelo perigo que a(o) ‘COVID-19’
representa para todos nós, abaixou uma tristeza tão grande em nosso ser, e,
paulatinamente, quando víamos as postagens de muitos acerca de sua pessoa, as lagrimas
salgadas e quente corriam pela face, numa melancolia que abalava nossa essência.
Queremos deixar aos familiares,
aos amigos vários que o mesmo tinha como uma ‘coleção preciosa’ (pois essa é a
melhor coisa que fazemos ao longo da vida), nossos sentimentos por sua
ausência, crendo numa plenitude num ‘PLANO’ melhor do àquele que aqui vivemos;
e, para registrar, deixamos a letra da canção acima citada (acessem o ‘link’),
como a expressão de que a vida passa, as sensações acontecem, porém, as ‘LEMBRANÇAS’,
bem como, ‘SAUDADE’ ficarão para sempre.
WILSON COSTA E SILVA
ADVOGADO/EDUCADOR/LIVRE PENSADOR
(MELANCÓLICO/TRISTE)
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POIS É, PRA QUÊ?
(Composição: SIDNEY MILLER/1968)
O automóvel corre, a lembrança
morre
O suor escorre e molha a calçada
Há verdade na rua, há verdade no povo
A mulher toda nua, mais nada de novo
A revolta latente que ninguém vê
E nem sabe se sente, pois é, pra quê?
O imposto, a conta, o bazar
barato
O relógio aponta o momento exato
da morte incerta, a gravata enforca
o sapato aperta, o país exporta
E na minha porta, ninguém quer ver
Uma sombra morta, pois é, pra quê?
Que rapaz é esse, que estranho
canto
Seu rosto é santo, seu canto é tudo
Saiu do nada, da dor fingida
desceu a estrada, subiu na vida
A menina aflita ele não quer ver
A guitarra excita, pois é, pra quê?
A fome, a doença, o esporte, a
gincana
A praia compensa o trabalho, a semana
O chope, o cinema, o amor que atenua
O tiro no peito, o sangue na rua
A fome a doença, não sei mais porque
Que noite, que lua, meu bem, prá quê ?
O patrão sustenta o café, o
almoço
O jornal comenta, um rapaz tão moço
O calor aumenta, a família cresce
O cientista inventa uma flor que parece
A razão mais segura pra ninguém saber
De outra flor que tortura, pois é prá quê?
No fim do mundo há um tesouro
Quem for primeiro carrega o ouro
A vida passa no meu cigarro
Quem tem mais pressa que arranje um carro
Prá andar ligeiro, sem ter porque
Sem ter prá onde, pois é, prá quê?
https://youtu.be/aN6rGaBHycY
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