quinta-feira, 1 de abril de 2021

UM MUSICO, UM AMIGO, UMA PARTIDA....


AMORTE DE UM MUSICO...

 

Nessa última ‘QUARTA-FEIRA’, 31/03/2021, pelas REDES SOCIAIS, ficamos sabendo da passagem de ‘ALONSO’ para o “Plano Espiritual’, e, o falecimento de alguém sempre é uma triste notícia, principalmente, quando nesses últimos dias, donde, talvez, não sabemos ao certo, a “COVID-19” ceifa a existência de muitos de maneira impiedosa.

 

Não tivemos, como muitos aficionados do ‘MUNDO MUSICAL’ a oportunidade de ter convivido com ele em termos artísticos; mas, por algum tempo, ter tido uma vivência, ainda que ‘momentânea’ com o mesmo como ser humano, claro, de vez ou outra, como grande amigo do ‘CANTANTE’ e ‘TOCADOR DE VIOLÃO’.

 

Em meados dos anos oitenta (l980), era professor de música em PERDIZES, e, como erámos vizinhos, e, também, trabalhava naquela cidade, ia no meu ‘fusquinha’, e, ele, de ‘carona’ ia conosco. Ora, éramos amigos há muito tempo, e, além do mais, ‘vizinhos’, pois, morávamos à época na Rua Rio Branco (ainda continuamos aqui), e, ele, a duas quadras depois de minha casa.

 

Claro, as viagens de ‘ida’ e ‘volta’, muita ‘abobrinha’ (quem quer coisa seria depois de um dia de trabalho?!); e, obviamente, ‘MUSICA’, também, era assunto, pois, não é todos os dias que tens como ‘caronista’ um músico. Tínhamos impressões mais ou menos iguais, e, à época amigos músicos locais como ‘convivente’ comuns; e, ‘de quando em vez’, uma figura mítica de ARAXÁ, o grande tocador de violão (claro, cantor também), ‘LOBO’, vinha à tona, o assunto era o mesmo.

 

Falávamos de ‘LOBO’, e, brincava com o mesmo acerca da música que havia elegido em homenagem ao mesmo, diria como ‘TRILHA SONORA’ (todos temos uma), já que por várias vezes, não só nossa pessoa, como o próprio ALONSO, tinha assistido e ouvido o mesmo dedilhado ao violão:POIS É, PRA QUÊ?” (Composição: Sidney Miller/1968) - Intérprete: MPB4 (link e letra abaixo).

 

Essa canção, quando nos víamos, e, ele estava com o violão à mão, sempre pedia para cantar, e, o mesmo nunca negava, pois, acredito, que tanto a nós, quanto a ele trazia a muita ‘NOSTALGIA’, deixava na alma de um grande ‘cantante’ e ‘interprete’ uma impressão significante, para não dizer uma ‘SAUDADE’, como estamos nos sentindo agora ao escrever esse texto.

 

Ao longo desses últimos anos, agente sempre se ‘encontrava’ pela cidade, e, cada um, à sua maneira ia tocando a vida, como um musico interpreta uma ‘canção’; e, hoje, ao sabermos de sua ‘morte’, num momento que encontrávamos ‘acuado’ pelo perigo que a(o) ‘COVID-19’ representa para todos nós, abaixou uma tristeza tão grande em nosso ser, e, paulatinamente, quando víamos as postagens de muitos acerca de sua pessoa, as lagrimas salgadas e quente corriam pela face, numa melancolia que abalava nossa essência.

 

Queremos deixar aos familiares, aos amigos vários que o mesmo tinha como uma ‘coleção preciosa’ (pois essa é a melhor coisa que fazemos ao longo da vida), nossos sentimentos por sua ausência, crendo numa plenitude num ‘PLANO’ melhor do àquele que aqui vivemos; e, para registrar, deixamos a letra da canção acima citada (acessem o ‘link’), como a expressão de que a vida passa, as sensações acontecem, porém, as ‘LEMBRANÇAS’, bem como, ‘SAUDADE’ ficarão para sempre.

 

WILSON COSTA E SILVA

ADVOGADO/EDUCADOR/LIVRE PENSADOR (MELANCÓLICO/TRISTE)

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POIS É, PRA QUÊ?

(Composição: SIDNEY MILLER/1968)

 

O automóvel corre, a lembrança morre

 O suor escorre e molha a calçada

 Há verdade na rua, há verdade no povo

 A mulher toda nua, mais nada de novo

 A revolta latente que ninguém vê

 E nem sabe se sente, pois é, pra quê?

 

O imposto, a conta, o bazar barato

 O relógio aponta o momento exato

 da morte incerta, a gravata enforca

 o sapato aperta, o país exporta

 E na minha porta, ninguém quer ver

 Uma sombra morta, pois é, pra quê?

 

Que rapaz é esse, que estranho canto

 Seu rosto é santo, seu canto é tudo

 Saiu do nada, da dor fingida

 desceu a estrada, subiu na vida

 A menina aflita ele não quer ver

 A guitarra excita, pois é, pra quê?

 

A fome, a doença, o esporte, a gincana

 A praia compensa o trabalho, a semana

 O chope, o cinema, o amor que atenua

 O tiro no peito, o sangue na rua

 A fome a doença, não sei mais porque

 Que noite, que lua, meu bem, prá quê ?

 

O patrão sustenta o café, o almoço

 O jornal comenta, um rapaz tão moço

 O calor aumenta, a família cresce

 O cientista inventa uma flor que parece

 A razão mais segura pra ninguém saber

 De outra flor que tortura, pois é prá quê?

 

No fim do mundo há um tesouro

 Quem for primeiro carrega o ouro

 A vida passa no meu cigarro

 Quem tem mais pressa que arranje um carro

 Prá andar ligeiro, sem ter porque

 Sem ter prá onde, pois é, prá quê?

 

https://youtu.be/aN6rGaBHycY

 



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