BBC News
19/02/2015 – às 17:57 horas
Macacos totalmente protegidos contra o vírus do HIV. Esse foi o resultado de um teste de
uma nova vacina contra o HIV, que deixou a comunidade científica
animada. A abordagem da vacina, cujo estudo acaba de ser publicado na
revista NATURE, é bastante
radical.
Normalmente, as vacinas treinam o sistema imunológico para combater
infecções. Mas nessa nova vacina os pesquisadores do INSTITUTO DE PESQUISA SCRIPPS,
com sede na CALIFÓRNIA, alteraram o DNA dos macacos para dar às células
deles propriedade para combater o HIV.
AIDS -
UMA IMAGEM COLORIZADA DE UMA CÉLULA INFECTADA PELO HIV.
A equipe diz que a descoberta é "incrível" e que vai começar os testes em humanos em breve. Consultados pela BBC, cientistas independentes – não
ligados ao instituto – também se entusiasmaram com os resultados do teste.
DNA
A técnica usa terapia genética para introduzir uma nova seção de DNA dentro das células musculares
saudáveis. Nessa parte de DNA há tipos de "instruções" para a criação de
ferramentas para neutralizar o HIV, que então é bombardeado para fora da corrente
sanguínea. Entre os obstáculos da nova vacina contra o HIV está o desafio de torná-la segura
para ser aplicada em um grande número de pessoas.
Nos testes, os macacos ficaram protegidos contra todos os tipos de HIV durante ao menos 34 semanas. Como os
macacos também desenvolveram proteção diante de altas doses do vírus, isso
também pode ajudar pacientes que já tenham HIV, de acordo com os cientistas. "Estamos
mais perto de uma proteção universal (contra o HIV) do que qualquer outra
abordagem feita por outras vacinas", disse o cientista MICHAEL
FARZAN, um dos líderes do
estudo. "Mas ainda temos muitos obstáculos, especialmente em como fazer uma
vacina segura para ser aplicada em um grande número de pessoas."
Isso porque em uma vacinação convencional, o sistema imunológico responde
apenas depois de estar diante de uma ameaça. Já nesta abordagem, a terapia
genética transforma células em fábricas que expelem constantemente "matadores
de HIV" – e as implicações
a longo prazo disso são desconhecidas. Apesar dos entraves, cientistas de outras
instituições comemoraram os resultados.
"Essa pesquisa é bastante inovadora e é uma
promessa que nos leva em duas importantes direções: obter uma proteção a longo
prazo contra o HIV e colocar o vírus em remissão, no caso de pessoas já
infectadas", disse o
pesquisador ANTHONY FAUCI, do NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH, dos EUA.
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