Organização
certifica comunidades que trabalham pela conservação do céu escuro
Até cerca de um ano atrás, eu nunca
tinha ouvido falar de SARK,
localizada no CANAL DA MANCHA.
Aposto que a maioria das pouco mais de sete bilhões de pessoas no mundo possam
dizer o mesmo. Mas pelo menos algumas pessoas a mais já sabem algo sobre esta minúscula ilha,
graças ao reconhecimento que ela recebeu em 2010
da “IDA
- INTERNATIONAL DARK-SKY ASSOCIATION” [ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DO CÉU
ESCURO].
A IDA
lançou o programa “LUGARES DE CÉU ESCURO”
em 2001,
com a designação da cidade de FLAGSTAFF,
no ESTADO
DO ARIZONA, nos EUA,
como a primeira “CIDADE INTERNACIONAL DE CÉU
ESCURO”. Essa categoria mudou desde então para COMUNIDADE
DE CÉU ESCURO, e a ela se uniram as designações de “PARQUES
E RESERVAS DE CÉU ESCURO”. Tais designações não são
monopólio da IDA, já que
programas similares existem em outros países. No CANADÁ,
a SOCIEDADE
REAL DE ASTRONOMIA tem seu próprio sistema de “Preservação do
Céu Escuro”, por exemplo, e a UNESCO
lançou seu próprio programa de “RESERVAS DA LUZ DAS
ESTRELAS”. Embora variem ligeiramente em suas abordagens,
os diferentes programas estão trabalhando pelo mesmo objetivo: proteger
a escuridão em um mundo cada vez mais saturado de luz artificial.
O que torna o caso de SARK
particularmente interessante é que há pessoas vivendo na ilha, com seus medos
do escuro, suas preocupações com segurança, seus desejos de “progresso”.
Por mais que seja importante
proteger áreas de céu imaculado, é a conservação da escuridão em lugares onde
as pessoas de fato vivem que poderá mudar atitudes com relação à luz e à
escuridão.
“Se você só quer tascar selos em
lugares muito escuros, dá para fazer isso o quanto quiser, e cobrir o mundo com
parques de céu escuro”, diz STEVE
OWENS, o escocês que auxiliou SARK
em um processo de dois anos com a IDA.
“Mas isso não afetaria uma luzinha sequer. SARK, por outro lado, teve que despender
algum trabalho com a luz.” Por “trabalho com a luz”, OWENS
quer dizer que para se qualificar para o reconhecimento da IDA,
a comunidade de SARK
teve
que agir: catalogar as luzes presentes na ilha, trocar aquelas que estavam
causando brilho excessivo e refletindo no céu, e prometer que qualquer nova luz
seria instalada de acordo com regulamentos antipoluição luminosa.
Isso permitiu que a ilha correspondesse à definição da IDA
de uma COMUNIDADE DE CÉU ESCURO:
“uma vila, cidade, município ou outra comunidade organizada legalmente
que demonstre dedicação excepcional à preservação do céu noturno através da
implementação e do reforço dos códigos de iluminação de qualidade existentes,
educação para o céu escuro, e apoio da cidadania ao céu escuro.”
By: Paul Bogard |
Conservation Magazine | Ilha de Sark, Reino Unido - 27/09/2014 - 06h00
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