JOSÉ BONIFÁCIO, UM
PIONEIRO
Em 13 de junho de
1763 nasce José Bonifácio de Andrada e Silva, estadista
brasileiro conhecido como o “Patriarca da Independência"
O
início das preocupações com a ecologia e o meio
ambiente no Brasil foi
marcado formalmente pelo chamado movimento verde, que se deu
com os alemães em 1980.
No entanto, um século e meio antes,
o estadista
brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva
– cognominado o PATRIARCA DA
INDEPENDÊNCIA – já
demonstrava preocupação em relação a uma utilização racional do território do
país.
Ele nasceu em Santos, São Paulo, em 1763,
e viveu até 1838.
Em
entrevista dada em 2001
à revista ÉPOCA, o historiador José
Augusto Pádua ressaltou a importância de José
Bonifácio para as questões ambientais afirmando que, em 1823,
ele já previa a falta de chuvas que poderia ocorrer se os montes e as encostas
fossem sendo escalvados diariamente, de acordo com palavras do próprio Bonifácio.
Na
ocasião o historiador também
comentou que, depois da difusão das idéias do PATRIARCA
DA INDEPENDÊNCIA, o debate sobre o mau
uso dos solos dividiu-se em duas frentes diferentes. Bonifácio era contra o escravismo
e dizia que a oligarquia
estulta era responsável por reduzir este país
fertilíssimo a um
estéril deserto. Uma das correntes, herdando os ideais
de Bonifácio, era a do
anti-escravismo, cujos principais nomes eram os abolicionistas Nicolau
Moreira, Joaquim Nabuco e André Rebouças.
Já
a outra frente, apesar de condenar o uso mal feito dos solos, evitou
se mostrar contra a escravidão, com o objetivo de
não desagradar Dom Pedro II.
Muitos desses autores, como o botânico Francisco
Freire Alemão, eram próximos do imperador.
PATRIARCA DA
INDEPENDÊNCIA
Bonifácio
era formado em Direito Civil
e em Filosofia
pela FACULDADE
DE COIMBRA, em Portugal.
Foi membro da Academia
de Ciências de Lisboa. Passou 36 anos na Europa
se especializando em áreas como mineralogia, siderurgia,
química
e metalurgia.
Voltou para o Brasil em 1819,
quando iniciou sua participação em movimentos políticos. Em 1821
tornou-se VICE-PRESIDENTE
da Junta
Governativa de São Paulo. Entre suas idéias, sempre
consideradas avançadas para a época, estavam não só a defesa da reforma
agrária, a preservação das matas e rios
e o fim
da escravidão como a defesa dos direitos de voto para os
analfabetos.
Ele
foi o primeiro brasileiro a ocupar um MINISTÉRIO,
o do Reino,
em janeiro de 1822.
Tornou-se, junto a Dom Pedro,
o principal obreiro da INDEPENDÊNCIA.
No entanto, em 1823
– quando ocupava a Pasta do Império
– com seu irmão Martim Francisco,
começou a se afastar dos CONSELHOS DA COROA e
a se opor a D. PEDRO I.
Foi eleito para a ASSEMBLÉIA
CONSTITUINTE de 1823,
ano em que teve sua prisão e deportação para a Europa
ordenadas pelo Imperador.
Tendo
voltado ao Brasil em 1829,
foi residir na Ilha de Paquetá, de
cujo retiro saiu apenas para assumir a cadeira de DEPUTADO
pela Bahia, como suplente,
nas sessões legislativas de 1831
e 1832.
Reaproximou-se
de D.
Pedro I
que, ao abdicar da Coroa em 1831,
o indicou
para tutor de seu filho – o futuro
Dom
Pedro II. Foi destituído da tutoria, pela REGÊNCIA,
em setembro de 1833.
Ficou em prisão domiciliar até 1835,
quando terminou o processo-crime
instaurado contra ele por conspiração e perturbação
da ordem pública. Apesar
da grandiosidade
e do pioneirismo
desse brasileiro, especialistas acreditam que ele poderia receber mais destaque
e ser melhor estudado. É o que pensa José Geraldo Gomes
Barbosa, advogado e integrante do MOVIMENTO
PRÓ-MEMÓRIA DE JOSÉ BONIFÁCIO.
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