DEMIAN
Autor: HERMANN HESSE
Visão geral do livro
Um brilhante retrato psicológico da busca de
um jovem problemático para a autoconsciência, este visão de época da novela
conseguiu a aclamação crítica e popular instante após a sua publicação de
1919. Um
marco na história da literatura do século 20; reflete a preocupação do Autor
com a dualidade da natureza humana, e, a busca da essência da espiritualidade.
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Esta
revisão é de: DEMIAN (Perennial Classics - Paperback)
Hermann Hesse, DEMIAN (1919) é o “coming-of-age” história
de EMIL SINCLAIR, inicialmente um inocente garoto introvertido, que, ao longo de uma
década, cai sob o feitiço do intelectualmente sedutor e fisicamente carismático: Max Demian no PRÉ-MUNDIAL
(prenúncios) da chamada I GRANDE GUERRA,
provocada pela Alemanha. Encontrando-se chantageado por um colega mau
elemento, o atormentador Franz Kromer, após, estupidamente, ficar
dizendo uma mentira em público, Emil é misteriosamente libertado de seu sofrimento através
da intervenção do Demian, uma figura romântica, que era também um
colega em sua escola. Demian retoma a atenção de Emil socialmente
ao longo de um ano, antes de ele, inexplicavelmente, interromper a segmentação dessa
amizade no momento da sua confirmação.
Fisicamente maduro para sua idade, pronto para os desafios da vida,
bem vestido e bonito; os desafios de Demian,
e, a aceitação de Emil, sempre branda e originada das escrituras, donde, expõe
a sua própria filosofia nietzschiana personalizada, e, passa
ele compartilhar de suas crenças gnósticas ("Deus e Satanás” é a mesma pessoa). No processo, ele lentamente se revela algo mais do que meramente
humano. “Tudo aquilo que Demian demonstra ser capaz, sempre
parte de estranho poder paranormal: estudando cuidadosamente os
seus súditos e concentrando a sua vontade, Demian pode
ler as mentes e dobrar a vontade dos outros, como
fantoches em uma corda”.
Paralisado, Emil descobre que Demian é
suspeito de ser um "pagão" e rumores de estar
envolvido em uma relação incestuosa com sua própria mãe. Emil
percebe Demian em termos minuciosos e arquetípicos, como "animal, árvore, planeta" - como "de
alguma forma atemporal, tendo as cicatrizes de uma história totalmente
diferente do que já sabíamos”.
Tanto interna como externamente, Demian se torna uma
obsessão ídolo e pesado para Emil, ao mesmo tempo exerce um poder sobre ele a
distância e ainda ocupando o centro do seu universo particular. Emil
eventualmente torna-se enamorado de uma jovem
mulher a quem ele chama de 'Beatriz', que é "infantil" e “franzina”. Ele pinta retrato dela, mas percebe que não se assemelham a ela. Ele
a estuda, e, ainda, passa o dia pintando-a, antes que ele perceba, o que o leitor já adivinhou, é em
vão o seu esforço: a pintura não se parece com "Beatrice", mas somente com o próprio
amigo, ou seja:“Demian”; o qual,
já é muito mais "um anjo e Satã; homem e mulher numa só carne; homem e besta;
o bem maior, e, pior do mal. " Mais um passo, Emil
iguala o rosto na pintura com o seu destino, ou seja,“DAEMON”, que ainda literaliza o título do livro e personagem-título.
Como em STEPPENWOLF (1927), e um grau mais acentuado em NARCISO E
GOLDMUND (1930), a novela tem um subtexto homoafetivo
silenciado, mas inconfundível: Demian e Emil
falam especificamente do "vício" da “sexualidade juvenil”, uma
unidade "unnamed" que "os gregos e muitos outros povos" elevando
ao divino "é celebrada em
grandes festas”. Logo após a sua primeira reunião ou encontro, nos sonhos Emil
que quanto maior, mais velho ficava ajoelhado diante de Demian, tendo-o
no peito como um “succubus”
medieval, um sonho com Demian, donde corretamente pelos seus estremecimentos
Emil experimentava as sensações de subverniência. Mais tarde, Emil
encontra-se com ele, e, sente nele um cheiro de "sabonete fresco que emanava de sua nuca" bastante
envolvente. Emil em suplica diz a Demian que ele
seria: "o seu destino e seus sentimentos”.
Na verdade, todo o romance lê-se como o produto final prolongado da
inversão reprimida e sublimada dos sentimentos do autor, que não
realizados e conduzidos para dentro, para o seu interior, vai assumindo uma
variedade de conotações mágicas e arquetípicas (produzidas) em sua “psique
criativa”.
Hesse nas suas tentativas em
resolver esse conflito, acaba por permitir que Emil venha a conhecer e se apaixonar pela mãe
de Demian, a qual, banalmente chamada de "Eva". Isso numa alusão à
primeira mulher, no GENESIS da Bíblia. “Eva”
essencialmente é o próprio Demian; o qual, em um vestido, e, com
um cabelo mais longo; embora Emil tenha a sensação de ter
conhecido tudo, sobre a mais evidente concepção
flutuante da transparência de seu pensamento. Em pouco tempo, Emil
passa achar divertido até mesmo beijar "a
chuva fora de seu cabelo”, dando-lhe a sensação de sensual
toque.
Considerando que o Demian há muito previu um cataclismo próximo,
que viria primeiro destruir, e, depois transformar a civilização
ocidental, com os prenúncios e atos que
emolduravam o inicio da primeira grande guerra. Tudo isso lhe permitia
produzir as suas imagens verbais donde: as atitudes de “Eva” eram bicos de uma
espécie de ave, o torto; tudo isso era como uma espécie de “proto-misticismo”, bastante “New Age”, que faria corar até
mesmo “Anais Nin”1: "Sim,
você deve encontrar o seu sonho, então o caminho torna-se fácil. Mas não há
sonho que dure para sempre; cada sonho é seguido por outro, e ninguém deve se
apegar a qualquer um particular...; contando que o sonho é o seu destino que
você deve manter-se fiel a ele."
Agora, com entusiasmo, convidado a compartilhar sua vida e em sua casa, Emil logo
se vê cercado por "astrólogos e cabalistas..., devotos do ascetismo indianos,
vegetarianos, e os budistas", e, o romance mais se
transforma em paródia involuntária.
O livro conclui com Emil e Demian
literalmente enraizados na guerra; que o próprio Demian previu. Deitado
de lado a lado, "os lábios muito perto do meu", Emil
finalmente consegue o beijo que para ele tem sido o dramático desejo de,
embora seja apenas um beijo, Demian explica-lhe que tal beijo
foi uma ordem ordenada e sancionada pela Frau “Eva”. Assim, Emil quando
acorda daquele momento, Demian já está desaparecido; mas, ele
entende que ele será sempre lembrado como "meu
irmão, meu mestre”.
Misticismo obscuro, quase inútil, não, pois, a sabedoria, define o
texto. Uma vez que o isolamento precoce de Emil, e, o sofrimento
emocional chega ao fim, no ponto médio do romance, o livro
cai por terra espectacularmente; um destino traçado que o autor também sofreu em
“STEPPENWOLF” (O Lobo da Estepe) nas páginas de fechamento desse
romance.
1)
ANAÏS NIN (21 de fevereiro de 1903, Neuilly, perto de Paris - 14 de janeiro de 1977,
Los Angeles) batizada Ângela Anais Juana Antolina Rosa
Edelmira Nin y Culmell, foi uma
autora nascida na França, filha do
compositor Joaquin Nin, cubano criado na Espanha; e, Rosa Culmell y Vigaraud, de origens cubana, francesa e dinamarquesa. Anaïs Nin tornou-se famosa pela publicação de diários pessoais, que medem um período de quarenta anos, começando quando tinha doze anos. Seus romances e
narrativas, são impregnados de conteúdo erótico foram profundamente
influenciados pela obra de James Joyce e a psicanálise.
Dentre suas obras destaca-se DELTA DE VÊNUS (1977), traduzido para todas as línguas ocidentais, aclamado pela
crítica americana e européia. Foi amante de Henry Miller
e só permitiu que seus diários fossem publicados após a morte de seu marido Hugh
Guiler.
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