segunda-feira, 10 de maio de 2010

REMINISCÊNCIAS DE VIAGENS A PORTUGAL.



By: Wil Costa e Silva

Fui conhecer a cidade de Braga, em Portugal, quase que por acidente, pois, achava-me na cidade do Porto, e, por lá quedei por alguns dias, e, no final das tardes para “aquecer a alma”, à tardezinha ia para as “Caves de Vinho”, e, ali me punha a degustar essa santa bebida, até ficar ligeiramente bêbado, embora, esse “ligeiramente” seja eufemismo, pois, na verdade voltava bastante “grogue” para o Hotel. Numa tarde conheci um amigo, e, no curso dos dias, sempre nos encontrávamos pelas “Caves” à beira do Rio Douro, para nossa degustação de fim de tarde, e, ele convidara-me a um almoço de aniversário de seu velho pai. Em nosso retorno da moradia de seus genitores, voltando para a cidade do Porto, passamos pela cidade de Braga; e, como ele foi resolver umas questões burocráticas, referente ao Colégio onde era professor, e, nada tinha a fazer fui conhecer a “Sé Velha”, o interessante é que lá fui conduzido a um “Museu Eclesiástico”, cheio de vestuário dos prelados da Igreja. Com todo respeito, porém, não consigo vislumbrar interesse muito cultural num lugar cheio de vestuário de religiosos; mas, como nunca havia ido e nenhum desse tipo de Museu, me dirigi ao local.

A PRIMEIRA MISSA DO BRASIL, E, A DA INAUGURAÇÃO DE BRASÍLIA.

Mas, na verdade, naquele local o que mais me chamou a atenção e vim a interessar, foi por uma cruz de ferro de pequeno porte, a qual, toda enferrujada, que se achava numa cúpula de vidro, a qual, segundo o Frei ou Padre, não me lembro bem, sempre confundo as patentes, informara que àquela pequena cruz havia ornamentado a Primeira Missa oficiada em terras brasileiras, quando da descoberta do Brasil, pelos membros das caravelas comandadas por Pedro Álvares Cabral. Somente uma única vez, havia a mesmo retornado ao nosso país, quando foi inaugurada nossa nova capital, BRASÍLIA, nos idos de 1960.

Fiquei alí rodando em torno daquela cupula de vidro que continha aquela peça rara, e, punha o pensamento a viajar, quando assaltou-me a idéia de que àquela pequena cruz pertencia muito mais aos brasileiros do que aos portugueses. Acho que poucas pessoas no Brasil sabe dessa raridade, praticamente escondida em um Museu Eclesiástico numa cidade localizada ao norte de Portugal. Com isso tudo, como um turbilhão no pensamento, procurei pelo meu "guia", o religioso que conduziu-me pra dentro do Museu anexado à Cadetral, ou, Sé Velha de Braga, como lhe chama os nativos. Olhei fixamente meu olhar no dito religioso, e, lhe disse a queima roupa: “porque isso não esta com a gente, no Brasil”. Ele ficou meio furioso, encerrando a conversa: “De cá saiu, e, para cá voltou". Depois disso deixei o lugar e fui beber alguma coisa.

ÉVORA, a cidade fundada pelos romanos.

Nas minhas poucas viagens que fiz, não só a Portugal, mas, também, a outros países, foram boas, sempre viajei só e deixava os fatos irem acontecendo. Recordo-me de ÉVORA, onde, também, numa outra Igreja, havia uma capela emblemática (A Capela dos Ossos), além de algumas ruínas romanas no centro.

O nome Lusitano da cidade de Évora era Eburobrittium, provavelmente relacionado com a divindade celta Eburianus. A raiz etimológica viria do Celta *eburos, a árvore do Teixo. A cidade teve o nome de Ebora Cerealis durante a República Romana, tomando o nome de Liberalitas Julia no tempo do general Júlio César, sendo então já uma cidade importante, como o demonstram as ruínas de um templo clássico e os vestígios de muralhas romanas.

Conquistada aos Mouros em 1165 por Geraldo Sem Pavor, data em que se restaurou a sua diocese. Foi residência régia durante largos períodos, essencialmente nos reinados de D.João II, D.Manuel I e D.João III. O seu prestígio foi particularmente notável no século XVI, quando foi elevada a metrópole eclesiástica e foi fundada a Universidade de Évora (afeta à Companhia de Jesus), pelo Cardeal Infante D.Henrique, primeiro Arcebispo da cidade. Um rude golpe para Évora foi a extinção da prestigiada instituição universitária, em 1759, na seqüência da expulsão dos Jesuítas do país, por ordem do Marquês de Pombal (só seria restaurada cerca de dois séculos depois, com a redemocratização de Portugal, após Revolução dos Cravos, nos anos setenta do século passado). Évora é testemunho de diversos estilos, e, correntes estéticas, sendo ao longo do tempo dotada de obras de arte a ponto de ser classificada pela UNESCO, em 1986, como Património Comum da Humanidade.

A CAPELA DOS OSSOS.

A Capela dos Ossos é uma das curiosidades deste grande monumento, sendo um dos ex-libris da cidade de Évora. A capela foi construída nos séculos XVI e XVII, no lugar do primitivo dormitório dos frades. A sua construção partiu da iniciativa de três frades franciscanos que queriam proporcionar uma melhor reflexão acerca da brevidade da vida humana. A capela é constituída por ossadas provenientes das sepulturas da igreja do convento e de outras igrejas e cemitérios da cidade. As paredes e parte das abóbadas da capela estão revestidas de milhares de ossos humanos, que ilustram a idéia dos monges fundadores, expressa na frase que encima o pórtico da capela: “Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”.

BEJA, uma cidade que nos levou até ela pelo seu nome.

Fui até “Beja”, cidade próxima à Évora, onde tenho um amigo professor de ginásio por lá, José Valente, à época estudante universitário. O conheci através de duas outras amigas, no trajeto de ônibus entre Évora e a cidade de Beja, percorreu comigo toda a cidade, mostrando a sua terra. Acerca de alguns meses atrás, depois de algum tempo sem contato, tive a grata satisfação de receber um telefonema seu, são detalhes de uma amizade que o tempo não apaga, embora passados tantos anos de quando estive com todos por lá. Recordo-me até hoje, quando fui pegar o trem na Estação Ferroviária à noite, ele e uns amigos, que estavam a tocar instrumentos musicais em um bar, donde fazíamos um tempo para aguardar a hora de minha partida, foram comigo para despedir cantando ao som de seus instrumentos. Que despedida, que pessoal encantador.

As origens de Beja.

Crê-se que a cidade foi fundada, cerca de 400 a.C., pelos Celtas ou mais provavelmente pelos Cónios, que a terão denominado Conistorgis, e que os Cartagineses lá se estabeleceram durante algum tempo. As primeiras referências a esta cidade aparecem no século II a.C., em relatos de Políbio e de Ptolomeu.
Com o nome alterado para Pax Julia, foi sede de um conventus (circunscrição jurídica) pouco depois da sua fundação, teve direito itálico e esta cidade albergou uma das quatro chancelarias da Lusitânia, criadas no tempo de Augusto. A sua importância é atestada pelo fato de por lá passar uma das vias romanas.
Os Alanos, Suevos e os Visigodos dominaram esta cidade depois da queda do Império Romano, tornando-a sede de bispado.
No século V, depois de um breve período no qual haverá sido a sede da Tribo dos Alanos, os Suevos apoderaram-se da cidade, sucedendo-lhes os Visigodos. Nesta altura passa a cidade a denominar-se Paca.
Do século VIII ao ano de 1162, esteve sobre a posse dos Árabes, designadamente no domínio dos Abádidas do Reino Taifa de Sevilha. No referido ano os cristãos reconquistado definitivamente a cidade. Recebeu o foral em 1524, e, foi elevada a cidade em 1517.

Atualmente, com a construção do AEROPORTO INTERNACIONAL DE BEJA, com o objetivo de captar investimentos estrangeiros; crê-se que esse Aeroporto vá fazer fomentar e fazer crescer a cidade economicamente.

A cidade de Beja, e, a senhora chamada Dona Beja.

“Beja”, cujo nome chamou-me atenção dado a semelhança do nome da cidade, com o nome de uma “cortesã”, uma mulher que viveu há mais de cem anos em Araxá, minha cidade natal, no Estado de Minas Gerais, hoje uma lenda viva e folclórica de nossa cidade, e, também, em todo o Brasil.

Essa Senhora tornara-se amante de um Ouvidor, forçadamente, pois, o mesmo a raptara de sua família muito jovem; e, à época do Brasil Colônia; ela chegou a influenciar esse homem para a mudança do mapa de divisão do Brasil, em particular, os então, hoje denominados: Estados de Minas Gerais e Goiás. Se houver alguma confusão sugiro-lhes que olhem o mapa de nosso país, com suas divisões territoriais, em particular o Estado de Minas Gerais.

Se forem averiguar no mapa de Minas Gerais, ele tem uma ponta, uma região que a forma geométrica de um triângulo, pois, esta formada por dois grandes rios brasileiros, que se encontram, quase no centro do país (Rio Grande e Rio Paranaíba), a qual, hoje chamamos: de “Triângulo Mineiro”; e, exatamente essa ponta geométrica, à época pertencia a então Província de Goiás, hoje, sob o regime republicano, Estado de Goiás.

Como o referido Ouvidor havia raptado a dita “Dona Beija” muito nova, e, ia ser processada por esse crime, ela sugeriu com a influência que tinha na Corte, em Portugal, que desse um jeito e passasse àquela região (o Triângulo), para Minas Gerais; pois, sairia da jurisdição da então Província de Goiás, donde tinha inimigos políticos na direção da então Província; e, assim, poderia, e, estaria impossibilitado de vir a ser processado. Por aí afora, vamos vendo como a “estória” vai mudando a “história” para os caprichos dos poderosos, sob a influência de alguém mais sutil nos bastidores da vida.

Em minha cidade há Museu em nome da mesma, e, como é uma estância hidromineral, há fontes de águas com o nome da mesma, pois, enquanto aqui viveu, após deixar o Ouvidor, de grande beleza, se banhava nas águas, cujos poderes curativos à época já eram bem conhecida. Há na literatura brasileira, muitos livros e romances de caráter biográficos da mesma; e, recentemente, foi produzida uma novela com o nome da mesma, por duas redes de Televisão (a extinta TV Manchete, e, o atual SBT – Sistema de Televisão Brasileira), cuja beleza foi caracterizada pela nossa grande interprete e atriz “Maitê Proença”, de intensos olhos verdes, a qual, com grande desempenho glosar magistralmente. O nome e folclore acerca dela são muitos explorados turisticamente.

Não posso de lhe deixar de dizer que “Dona Beija”, e, ou, também, “Dona Beja”, como alguns pronunciavam, escandalizava a população araxaense que a mais de cem anos era um povoado. Aqui ela tinha um local denominado “Chácara do Jatobá”, e, ali recebia eminentes figuras regionais e do país, em seus inúmeros saraus, e, cabia a ela, somente ela, escolher àquele com quem passaria a noite. Outro ato pessoal dela como mulher, e, rompendo o conservadorismo da época, foi quando numa noite cavalgou nua, sob a arriata de um belo cavalo, indo até as cercanias do local conhecido e chamado Barreiro, donde foi banhar-se nas fontes termais. O Barreiro dista cerca de 5 KM da cidade, onde esta instalada a nossa instância hidrotermal, donde, hoje, há um imenso e belo hotel com as Termas interligadas, chamado Grande Hotel de Araxá.

Em algumas madrugadas, quando estou em Araxá, e, trabalhando no Escritório, como estou agora nesse momento a escrever esse texto, como deveria ter sido interessante essa cena, de uma bela mulher cavalgando em pelo um belo animal, pelas então sinuosas ruas da pequena Vila de Araxá.

Às vezes, para descansar da tela do computador assomo à janela do prédio do Escritório, que fica no terceiro piso, dá para ver algumas ruas da cidade, fico imaginando que ela poderia sair do nada, e, novamente cavalgar pela cidade. Na novela reproduziram essa cena, fico pensando nisso, e, imaginando a cara do pessoal aqui à época. Imaginem uma muelher nua calvagando à noite pelas ruas de minha cidade numa cálida madrugada de verão... Tudo isso é aquilo que nossa imaginação nos leva pensar.

Um comentário:

FilmesCinep disse...

- Estou enviando o link de um video sobre torcida do Brasil para hexa campeão! Mais informações estão no meu blog, dá uma olhada nela e divulgem!! Mais pessoas que torcem para o Brasil melhor ainda!! Vamo Brasil!! Agora é Hexa!! http://www.youtube.com/watch?v=k-ywjWubu-M

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