PROF.
ERNESTO.
Estava presente no
ultimo sábado, 08/03/2014,
no TEATRO
MUNICIPAL, no lançamento da segunda edição de seu livro, o
romance baseado na história do TRIÂNGULO MINEIRO,
e, queria dizer-lhe algumas palavras, não sem antes articular o quanto tornou a
noite de sábado muito agradável, com as informações e esclarecimentos acerca de
sua obra; e, obviamente, as ENCANTADORAS APRESENTAÇÕES
ARTÍSTICAS que se intercalavam e seguiam aos esclarecimentos
pronunciados por sua pessoa.
Foi tudo muito bom,
e, só me dei conta de que faltava algo quando estava retirando-me do local,
pois, não havia autografado o livro, retornando abordei-lhe na entrada do Teatro, e, tivemos uma rápida e
coloquial conversa enquanto no balcão do saguão autografava o livro. Tanto que
lhe deixei a caneta, pois, outras pessoas logo se achegaram para o ritual final
do momento, o qual, exatamente é o “AUTOGRAFO”.
Sair sem isso é igual deixar um documento sem a necessária “autenticação” acerca
da veracidade do momento.
O
LIVRO.
Dei inicio à leitura
do livro, e, o fato de ter como objetivo demonstrar um contexto histórico a sua
forma de romance torna ainda mais agradável à leitura. Já de inicio percebe-se
um autor preocupado com a boa redação, e, ainda, nos presenteando com um
universo comum aos grandes escritores, tal qual, o nosso GUIMARÃES
ROSA.
Ao final, espero poder trocar impressões pessoalmente
contigo para repassar minhas novas notas.
Recordo-me de suas
palavras durante a apresentação acerca reversão dos fatos históricos que antes
de se deixar registros, os que vieram depois, as novas gerações que sucederam à
formação de nosso povoado, foram apagando a memoria disso; e, NÃO
FOSSE À PERSISTÊNCIA DE ALGUNS AO LONGO DO TEMPO,
talvez, não restasse mais nada que se pudesse recorrer para saber realmente
como se deram as coisas. Felizmente, muitos, abnegados, se preocuparam e deixar
algo para nós que vivemos o presente.
Poderia citar alguns,
tal qual, Sebastião de Afonseca e Silva,
que legou registros que se não fossem resguardados, talvez, nem teriam chegado
até nós. Hoje, além do nosso ilustre autor, demais pessoas de nossa cidade,
araxaenses de nascença ou por adoção, vão colhendo preciosas informações,
fotos, e, vão registrando tudo através de postagens nas REDES
SOCIAIS, à vontade para quem tem interesse ou apenas
curiosidade. Hoje temos muitos profissionais competentes nos registros de nossa
história.
Acho que tudo isso
contribui para o UNIVERSO DO CONHECIMENTO,
e, fico realmente feliz em ver nossos conterrâneos em atividades profissionais
tão dissipares ter o cuidado em guardar e repassar para todos os registros da
evolução de nossa cidade, numa prova de amor pelo rincão que nasceu, viveu, ou,
continua a morar.
Por outro lado,
gostaria de ressaltar seu CONVITE
para que novas pessoas venham somar a grupo de pesquisadores que procuram
resgatar a história de nossa terra, com o qual, e, com nossos parcos
conhecimentos, gostaria de colocar à disposição naquilo que puder ser útil.
Acho isso importante, pois, ao termino de toda a explanação e já na saída,
havia dito ao PROF. HERMES, que ao
entrar ali ainda tinha muita LENDA
em minha mente, e, após, passou a ter muita HISTÓRIA VIVA na minha memoria.
MUSEU DONA BEJA - ARAXÁ -MINAS GERAIS - BRASIL
A
CULTURA
– O CONHECIMENTO.
Não que seja
displicente com questões históricas, pois, até mesmo por dever de ofício, por
já ter lecionado HISTÓRIA e GEOGRAFIA, em escola do primeiro
grau, para a qual sou graduado, embora, hoje, já não estamos atuando
diretamente na área da EDUCAÇÃO;
no entanto, acho que continuamos sempre um educador, mesmo com a indiferença da
juventude pela CULTURA
e o CONHECIMENTO.
Os jovens hoje em sua
maioria, voltados ao mundo consumista e hedonista,
preocupam muito com sua aparência, com qual o vestuário de grife que jogaram ou
usaram sobre a carcaça de cada um, e, os prazeres que terão em tudo àquilo que
o mundo possa ofertar. Mas, como sempre digo nada é de graça, e, tudo isso tem
um preço, pois, o peso maior recairá sobre os ombros de uma minoria enquanto a
maioria acham que pode “esborniar” e “cultuar”
o ¨LAISSEZ
FAIRE, LAISSEZ PASSER, LE MONDE VA DE LUI-MÊME¨.
Sabemos que deixar
fazer e deixar passar NÃO VAI
CONDUZIR O MUNDO POR ELE MESMO; sempre a
responsabilidade estará sobre os ombros de outrem. A EDUCAÇÃO
e CONHECIMENTO,
hoje, e, muitos pensam assim: ambos tenham ficado a cargo da ESCOLA. Ora, nos sabemos que a EDUCAÇÃO é uma obrigação da FAMÍLIA, e, A ESCOLA A FORNECEDORA DE CONHECIMENTOS. Com isso a “desagregação”
é grande, e, muitas vezes sentimos desencorajados com comportamento da juventude,
coisa que procuro sempre repelir senão o que vamos legar ou deixar aqui!?
IGREJA SÃO SEBASTIÃO - MUSEU SACRO - ARAXÁ - MINAS GERAIS
Assim, cultura e
conteúdo mesmo a grande maioria passam ao largo. É difícil encontrar um(a)
interlocutor(a) jovem que queira debater acerca de temas culturais, pois, logo
manifestam o seu tédio com bocejos longos e olhar de indiferença ao assunto;
mas, não obstante, essas atitudes letárgicas, que em qualquer momento ou
estagio da vida acredito que seremos ETERNOS EDUCADORES.
Sou pai, tenho um
filho terminando o curso universitário de “CIÊNCIAS
POLITICAS”, e, em principio muito interessado na
carreira diplomática tendendo ao evoluir do processo cognitivo
de sua opção universitária para a antropologia
ou sociologia.
Enquanto isso se processa, não intervenho, pois, cumprindo a sua obrigação na
formação cultural, coisa que agrada a qualquer um, as opções e decisões
profissionais têm de ser dele, já que o maior prazer da vida é trabalhar no que
se gosta.
Ainda que, no
processo do relacionamento PAI
e FILHO
às vezes nos procedimentos venhamos a nos “estranhar”;
mas, entendo que “PÉ DE GALINHA NÃO MATA PINTO”,
como dizia minha avó, pois, na formação de um filho as intervenções adultas são
necessárias no processo de amadurecimento. Nos relacionamentos humanos sempre
existe um intervalo entre os “SENTIMENTOS”
e “PROCEDIMENTOS”.
Distintos e talvez necessários. Temos sempre que distinguir esta diferença e
digeri-la de forma sensata e táctil.
GRANDE HOTEL - BARREIRO - ARAXÁ - MINAS GERAIS - BRASIL
REFLEXOS
DA FORMAÇÃO CULTURAL.
Tenho e venho de uma
formação de vida que envolveu muito trabalho e estudos desde a infância, e, na
juventude um engajamento sério com a REDEMOCRATIZAÇÃO
do BRASIL,
atuando no MOVIMENTO SINDICAL,
no MOVIMENTO
ESTUDANTIL, e, da ANISTIA.
Hoje, sabemos que mesmo estarmos em plena vigência do processo democrático
nosso país, há e tem muitas mazelas, as quais, todos nós TEMOS
e TEREMOS
sempre a obrigação de “TRANSFORMAR”
e “MITIGAR”
isso, sem com isso seja necessário invocar as forças ocultas do “OBSCURANTISMO”,
ou, do “AUTORITARISMO”,
numa prova cabal de nossa incompetência, como nos
últimos tempos temos visto em evolução lenta pela “MÍDIA”
e “REDES
SOCIAIS”, como se esses “PREGADORES”
ou “APOLOGISTAS”
fossem as “VIÚVAS” e os “ÓRFÃOS”
da “DITADURA
MILITAR”, ou, de outras espécies de “REGIMES
AUTORITARIOS”.
Repilo todas essas
formas de fraquezas, interesses “PARTIDÁRIOS”,
“CORPORATIVOS”,
ou, seja lá que nome venha a ter essa derrocada politica. Isso seria passar “atestado
de burrice ou incompetência”, e, não pretendo fazer
ou firmar
tal coisa.
MIRANTE DO CRISTO - ANOITECER - ARAXÁ - MINAS GERAIS - BRASIL
Se com toda a nossa
luta buscamos sempre a nossa “EVOLUÇÃO”
pelo “PROCESSO
DEMOCRÁTICO” temos a obrigação de POR
ELE,
e, SOMENTE
ATRAVÉS DELE, resolver nossas questões de “GOVERNO”, já que os homens
detentores do PODER,
bem ou mal, foi uma escolha de sufrágio universal. Não
conheço nada melhor que isso; e, além do dever de preservar nossa DEMOCRACIA,
luto todos os dias pela “LIBERDADE DE EXPRESSÃO”, e, pelo
bom funcionamento das instituições.
A
“HISTÓRIA” E A “ESTORIA”.
O seu trabalho realizado
na redação do livro é extraordinário, isso ninguém duvida. Mas, como você mesmo
observou ontem em sua explanação, mais ou menos com essas
palavras: “... estou aqui trazendo
fatos e dados que posso comprovar com algo concreto através de registros que
chegaram até nos... não vamos polemizar sobre outros aspectos de figuras humanas
que fizeram parte daquilo que são lendas/mitos, repassadas de geração a geração
por verbalização de costumes ou folclores”.
Concordo contigo, porém,
gostaria de deixar aqui minha opinião quanto a isso, pois, sabemos que em
particular suas palavras faziam a referência da figura mítica de DONA BEJA (ou,
Beija).
Pelo que a mesma representa em termos de uma pessoa que conseguiu passar pela
barreira do tempo, e, até hoje, continua sendo tema de debate ou polêmicas. Ora,
um trabalho de pesquisa, com base em registros quanto a momentos que tiveram repercussões
jurídicas
e econômicas,
os quais, por ela vivenciados, eu acho que seria possível já que alguns
documentos históricos estão muito cerca de nós.
FONTE DONA BEJA - BARREIRO - ARAXÁ - MINAS GERAIS - BRASIL
Advogamos em nossa
cidade a mais de três décadas, e, recordo-me, há alguns anos, embora a COMARCA
DE ARAXÁ tivesse uma grande jurisdição, com vários municípios
dentro de sua formação, e, existia somente um JUIZ DE
DIREITO,
coisa hoje bastante diferente, e, recordando o saudoso Juiz
de Direito, BOANERGES LEMOS,
que havia determinado que os antiguíssimos processos do FÓRUM
fossem acondicionados em proteção plástica, pois, havia necessidade de guarda-los
em outro lugar, já que as dependências físicas de nosso JUDICIÁRIO
estavam sendo tomados pelo aumento do expediente judicial.
Então, a pedido daquele
Magistrado,
devido ao pequeno corpo funcional àquela época, cheguei ajudar nessa tarefa, e,
claro, confesso, muito mais no interesse de correr os olhos nesses “antiguíssimos
processos”, datados aos idos do inicio histórico da instalação da JUSTIÇA
em nossa terra. Ali vi inúmeros casos que envolviam os interesses pessoais e
econômicos de nossos antepassados, inclusive da própria DONA
BEJA.
Vale
recordar que naquele tempo não tínhamos a nossa FUNDAÇÃO
CULTURAL CALMON BARRETO, hoje a nossa guardiã do cipoal
de documentação
histórica, inclusive guardando antigos processos judiciais de nossa
Comarca.
DONA BEJA BANHANDO - AZULEIJOS DECORADOS - ARAXÁ - MINAS GERAIS
Pela documentação jurídica
que pude acessar e ver enquanto acondicionávamos os autos, só posso dizer que
figura de “BEJA” era de uma mulher não
fugia de uma “BOA BRIGA”, se
é que podemos dizer que há um “BOM LITIGIO”.
Existe farta
documentação jurídica, e, esse arquivo acha-se na FUNDAÇÃO
CULTURAL CALMON BARRETO, creio que o acesso a ela
depende de uma autorização do Diretor do
Fórum, se bem que no passado havia um projeto de “MICROFILMAR”,
hoje seria “ESCANEAR”, tudo isso, a
fim de se evitar que tudo se acabe virando pó. Não sei bem o que aconteceu após,
como você bem disse em sua explanação a “DEPENDÊNCIA DE
RECURSOS” para se tocar projetos dessa estirpe sempre é
escasso, e, muitas vezes ficamos à mercê da generosidade de empresas ou
mecenas, que são raros no BRASIL,
pois, o PODER PÚBLICO nunca tem verbas
complementares a tanto.
A nossa sugestão se
pende realmente à descoberta em se saber o que realmente houve, ou, quem foi
mesmo essa figura, DONA BEJA,
pois, ainda que muitos não queiram admitir, há um lúdico nisso tudo.
Embora, concordamos com suas palavras,
ainda que muitos fatos estejam na zona do “MITO/FOLCLORE”,
tudo isso sempre foi explorado e tem permitido a divulgação de nossa cidade por
todos os recantos do mundo.
FUNDAÇÃO CULTURAL CALMON BARRETO - ARAXÁ - MINAS GERAIS
PALAVRAS
FINAIS.
Meu “Prezado
Professor”, que me permita assim chama-lo, já lia seus artigos que o nosso “CORREIO
DE ARAXÁ” publicava, e, através do relançamento de seu
livro, em segunda edição, “SERTÃO DA FARINHA PODRE”,
tenho contato com um trabalho mais amplo no campo literário e histórico. Há,
obviamente, trabalhos outros seus no campo da educação, principalmente ligados à
MATEMÁTICA,
e, vasta e profícua tem sido, ao longo dos anos, sua crença e fé na EDUCAÇÃO.
Como araxaense me
sinto orgulhoso de ser um contemporâneo seu, pois, mesmo sendo um cultuado
profissional de CIÊNCIA EXATA,
nunca perdeu o contato com suas origens, e, soube cultuar através de valores
recebidos ao longo da vida uma CULTURA HUMANÍSTICA,
que lhe permite estar presente em todos os seguimentos sociais e contemporâneos.
Espero que continue com seu trabalho, e, por muitos e muitos anos tenhamos sua
produção cultural, seja na CIÊNCIA
ou na LITERATURA, pois, nosso
país carece de homens de sua estirpe. Um grande abraço.
WILSON COSTA E SILVA
ADVOGADO – EDUCADOR –
LIVRE PENSADOR
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