O
costume, então, era dividir o patrimônio igualmente entre os herdeiros.
In “SUPER
INTERESSANTE” - por Cecília Borges.
Além
da família real, que detém o poder nos regimes monárquicos, a aristocracia
européia
criou cinco títulos vitalícios e hereditários, na seguinte
ordem hierárquica: DUQUE, MARQUES, CONDE, VISCONDE, e, BARÃO. A base do sistema
surgiu junto com o início da IDADE MÉDIA
e o final do IMPÉRIO ROMANO,
no SÉCULO
V,
quando a EUROPA ficou subdividida em vários pequenos reinos. Cada um deles era
governado por uma dinastia que, por sua vez, vivia cercada de agregados que
formavam uma elite social. Esses primeiros antepassados da chamada fidalguia se
distinguiam do resto da população (camponeses
e escravos) tanto por laços de parentesco com o REI, quanto
por serviços prestados a ele – como resolver litígios e conquistar novas terras
para a COROA.
O costume, então, era dividir o patrimônio igualmente entre os herdeiros.
“A
prática de passar a posse das terras apenas ao primogênito, o verdadeiro
embrião da nobreza, só se consolida entre os séculos IX e X”,
afirma o historiador
Carlos
Roberto Figueira Nogueira, da UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO (USP). Esse é o período em que o IMPÉRIO
DE CARLOS MAGNO (742-814),
rei dos francos, e de seus
descendentes foi derrubado pelas invasões de hunos e vikings. Com isso, a
defesa de cada território e sua comunidade, função primária da realeza,
passou para os senhores feudais de cada
castelo,
aumentando-lhes o poder e disseminando entre eles os títulos de nobreza.
AMIGOS DO
REI
Hierarquia medieval deu origem a
cinco títulos nobiliárquicos, na seguinte ordem:
1 – Duque
O
primeiro
escalão da nobreza tem sua origem ainda no IMPÉRIO
ROMANO, cujos comandantes militares recebiam o nome de DUX
– “aquele
que conduz”, em latim. Na Espanha, os duques eram os mais
importantes generais da COROA. Já em PORTUGAL,
o título era outorgado apenas aos filhos do rei ou a parentes bem próximos. Na
ITÁLIA, os DUQUES eram os responsáveis pela administração de cidades e
províncias. Na RÚSSIA,
existia ainda o título de GRÃO-DUQUE,
entre o DUQUE e o REI. A mesma posição foi instituída pela família real austríaca, em 1358,
com o nome de ARQUIDUQUE
2 – Marquês
De
hierarquia inferior apenas ao DUQUE,
seu nome vem do provençal, dialeto medieval do sul da FRANÇA.
Ali se chamava originalmente de MARQUES
o governador
de fronteira – ou “governador de marca”.
As marcas
eram
distritos territoriais que tinham a função especial de zona de proteção em
regiões fronteiriças ou mal pacificadas. Nesses locais, o
marquês tinha amplos poderes, respondendo tanto pela administração civil quanto
pela defesa militar.
3 – Conde
Na
ROMA
antiga, a palavra latina COMES
(“aquele
que acompanha”) – que também deu origem à palavra “comitiva”
– referia-se àqueles que moravam junto com o IMPERADOR:
assessores,
conselheiros e oficiais palacianos. Entre os francos,
o mesmo nome era dado a juízes e governadores distritais. Aqueles que eram
ligados à Corte levavam o título de condes
palatinos e gozavam de grande influência. O VALETE,
conhecido das cartas do baralho, é o mesmo que conde.
4 – Visconde
O
mesmo que “VICE-CONDE”,
do latim vicecomes
– ou seja: o substituto do conde, designado para desempenhar suas funções
quando ele estivesse impedido ou ausente. A partir do SÉCULO
X,
o título passou a ser hereditário;
e, outorgado também aos filhos dos condes.
5 – BARÃO
O
termo
germânico BARO
significava originalmente “homem livre”,
embora os oficiais assim chamados fossem dependentes diretos do rei. O título era oferecido a pessoas de
destaque nas mesmas funções básicas dos outros cargos da nobreza: governar
territórios e comandar exércitos
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